19 junho 2010

Incluir sob novos paradigmas nas velhas estruturas

Inicio com um dito popularmente conhecido: “se um médico, um advogado, um engenheiro, um farmacêutico renascesse, depois de 10 anos, não reconheceria seu local de trabalho e não teria como exercer sua profissão. Tudo foi alterado com os avanços tecnológicos, conceituais, estruturais, etc. Um professor, neste mesmo tempo sem atuação, poderia singelamente voltar para sua sala de aula, pegar seu giz e continuar seu exercício profissional tal qual anteriormente o fazia." O sistema permite e o autoriza.
A luta das minorias vem crescendo, tendo vez e voz. A legislação emana as leis advindas destas discussões e das alterações que o mundo globalizado impinge à sociedade. Porém a efetivação prática destas leis e teorias, que se dão dentro das salas de aula, são muito mais lentas, ou melhor, andam ao passo dos profissionais empenhados na evolução e crescimento do seu aluno, alguns poucos.
O sistema educacional altera o aporte teórico, mas as estruturas permanecem desatualizadas, retrogradas e enferrujadas. O ensino-aprendizagem depende de cada um dos profissionais. Há os envolvidos, engajados que buscam sempre estar atentos, atualizados. Há os acomodados que permeiam sua prática as velhas pedagogias, pinçando novidades que surgem, sem fundamentação ou aporte teórico que sustente qualquer argumentação.
Somados a isso, o ambiente familiar está mais flexível e as noções de limite, respeito tem outras tonalidades. O mercado de trabalho exige mais que o mínimo de cada profissional. A sociedade está baseada nas interatividades, nas intercomunicações, no trabalho em equipe, na possibilidade de cada um ser como pode ser. O educador não foi formado para atender estas concepções, pois historicamente a escola foi criada como instância para transmitir às novas gerações o que sabia sob uma visão hierarquizadora e disciplinadora. Como lidar com os novos alunos na mesma estrutura arquitetônica, hierárquica e organizacional?
Em pleno e grande conflito, surge mais um elemento: a inclusão. O que vem a ser isso?
Precisamos falar da inclusão do professor neste processo. Está é a real e efetiva necessidade de investimento, no professor inclusivo. É ele que fará todas as leis e normas funcionarem ou não. É ele o responsável direto pela aprendizagem de todos e de cada um. Os incluídos somos todos nós que participamos de algum projeto pedagógico que busque a qualidade do ensino-aprendizagem, que reinvente o ambiente e o trabalho escolar.
Ser um educador inclusivo pressupõe postura de respeito ao ser humano nas suas possibilidades e, interessado na aprendizagem de todos envolvidos, compromissado com as causas sociais e ambientais, ciente de seu papel na validação do conhecimento desta nova sociedade.
Educadores e sistemas inclusivos sim farão com que as novas propostas tenham sucesso mas por enquanto devemos incluir respeitando as possibilidades de cada um e, estas, precisam de estrutura que detecte, desperte e efetivamente invista no crescimento individual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário