16 junho 2010

Evasão Forçada

Muitos anos de experiência nesta área me encaminham para a certeza do fracasso da idéia de inclusão para todos. Porém, até que alguma atitude reversa aconteça, muitos anos passarão. Serão números chegando e sendo contestados com exemplos de alguns poucos casos que deram certo. A grande maioria será sumariamente excluída de todo processo educativo e, dependendo do poder aquisitivo do núcleo familiar, serão encaminhados para clínicas ou para dentro de suas casas, isolados da sociedade. Com o agravante de inverterem a responsabilidade para a família, pois está terá a vaga e “retirará” por escolha. Escolha não, exigência, pois após um curto período de experiência serão chamados a todo o momento para dar conta dos problemas de aprendizagem e de comportamento até a hora que não terão mais o que responder e cancelam a matrícula ou evadem tornando-se um número nos dados e menos um problema para dar conta.

A estrutura atual das escolas não comporta tal inclusão. As possibilidades de sociabilidade e de adaptação de alguns são escassas. São necessários espaços específicos que o considerem como um sujeito com necessidades especiais, mas com possibilidades, nem sempre as acadêmicas. Para isso é preciso estar muito instrumentalizado, próximo, atento e estruturado, condições que o sistema nacional de ensino não apresenta. É necessário investir nas suas habilidades e redescobrir suas possibilidades. Respeitar suas diferenças sem torná-las o único foco de observação.

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